A sucessão empresarial e familiar são temas essencialmente importantes para a manutenção da continuidade do negócio a longo prazo, sendo fundamental que os gestores do negócio entendam seus conceitos e saibam como aplicá-las a favor da empresa.
Nesse contexto, o acordo de acionistas é um instrumento essencial para executar a sucessão eficientemente; ele prevê as regras do processo e soluções para problemas futuros.Como se tratam de estratégias relevantes para o negócio, apresentamos este artigo com o intuito de informar nossos leitores sobre sua importância e funcionamento prático.
Aqui, trazemos o conteúdo de uma entrevista com o Diretor Comercial da INEPAD Consulting, o Doutor e Mestre, Eduardo Falsarella Junior, que esclarece as dúvidas mais relevantes sobre o tema. Confira a leitura!
O conceito de sucessão empresarial
Eduardo Falsarella explica que, conforme o próprio termo, a sucessão empresarial trata-se de um cargo ou função de um indivíduo (sucedente) que será substituído por outro (sucessor). É importante ressaltar que isso não significa que as partes são ligadas. O sucessor, por exemplo, pode ser um membro da família (no caso da sucessão familiar) ou amigo de algum sócio.
O entrevistado salienta que esse é um tema amplo e deve ser tratado na gestão de pessoas, bem como ligado ao planejamento da empresa. É necessário que exista um bom planejamento sucessório de cargos-chave como da diretoria, controladoria ou conselho de administração, para que o ato seja bem-sucedido.
A diferença da sucessão familiar
Falsarella explica que a sucessão familiar é um caso específico de sucessão de cargo-chave, onde o sucedente e o sucessor são da mesma família, sendo o caso mais comum a passagem de pais para filhos. Mas, isso não significa que a transição seja sempre entre gerações, é possível que ocorra entre irmãos, cônjuges etc.
Quanto ao prazo mínimo, máximo ou recomendável para elaborar o plano de sucessão, o Doutor esclarece que: “não tem prazo de ocorrência e pode acontecer, inclusive, no início de uma empresa. O mais comum é a sucessão entre gerações, realizada num prazo médio de 30 anos.”
São gerados uma série de entraves quando a família é envolvida. Eduardo explica que “o primeiro e grande conflito é totalmente relacionado à questão psicológica porque as pessoas nunca são iguais”. É normal, também, que o sucessor tenha “conflito de ideias e posicionamentos que geram problemas nessa sucessão.”
Pode parecer uma dica simples, mas é interessante observar que os problemas podem ser evitados quando se realiza um processo em que o sucessor possui experiência no empreendedorismo.
Eduardo explica que, outra forma de minimizar riscos, é distinguindo o conceito de herdeiro e sucessor. Quando os filhos herdam o patrimônio dos pais, acabam recebendo os direitos e deveres de proprietário da organização. Mas, somente parte deles podem se tornar sucessores. Por isso, é muito importante que os herdeiros se interessem pela empresa ou queiram vender sua participação para não cometer erros na gestão.
Diante desse impasse, muitos empresários se perguntam se devem profissionalizar seus filhos ou colocá-los na gestão quanto já estão em idade de assumir.
O entrevistado explica que a profissionalização e a sucessão são coisas totalmente diferentes. Ele diz que “toda empresa deve ter as duas, obrigatoriamente. Se não tiver, ela está fadada ao insucesso”. A profissionalização indica que a empresa tem processo bem delineado, cargos bem estruturados e seus processos são independentes.
Já a sucessão ocorrerá em toda a empresa, ela envolve o ciclo dos funcionários e dos cargos-chave. É preciso analisar cada caso, estudar a cultura da família responsável pela empresa e preparar o processo sucessório.
O papel do acordo de acionistas no processo
Conforme o Dr. Falsarella, o acordo de acionistas tem o objetivo de minimizar os conflitos gerados ao discutir previamente qualquer entrave futuro. Ele não é focado somente no processo sucessório ou da gestão entre um herdeiro e sucessor, mas traz suporte no processo de governança corporativa para qualquer organização.
Nas hipóteses mais comuns de empresas na segunda geração, existem laços de confiança entre irmãos proprietários. Mas passada mais uma geração, Eduardo diz que “pode existir uma série de desconfiança entre gestão e, quando isso transparece, as regras que definem a gestão podem gerar conflitos fatais para a empresa.” Na maioria dos casos, as questões não são tratadas previamente.
Um acordo de acionistas é extenso, bastante completo e detalha inúmeros riscos possíveis. Além disso, vários benchmarks de mercado são realizados e as soluções para os entraves futuros são determinados, assim: “no caso de falecimento do fundador, os herdeiros e sucessores têm todas as regras bem definidas”, afirma o entrevistado.
Problemas resolvidos pelo acordo de acionistas
Como esse documento prevê potenciais problemas, há infinitas possibilidades se formas de escrever o acordo, ele pode incluir as regras de entrada do sucessor familiar na gestão do negócio, os pré-requisitos de competência, atitudes e habilidades necessárias etc.
Como exemplo, podemos citar vários casos em que o fundador não quer que ninguém da família participe da empresa, somente profissionais do mercado. Os donos e herdeiros participam do conselho de administração, mas não da gestão, por exemplo.
Também é possível estabelecer as regras de saída ou venda de participação: elas podem ser feitas para terceiros ou só familiares.
Os benefícios de contar com um serviço especializado da INEPAD
O suporte de uma empresa especializada como o Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (INEPAD) no processo é indispensável para que os objetivos sejam realizados efetivamente estabelecidos e de uma forma vantajosa.
Ao obter apoio de experts no ramo, é possível adquirir uma curva de aprendizado muito maior, especialmente porque os assessores vivenciaram centenas de vezes as experiências que a companhia está passando. Assim, a expertise do profissional será ideal para solucionar os problemas do negócio.
Além disso, o Doutor Falsarella ainda explica que a velocidade do processo será muito mais ágil. Geralmente, os debates são postergados ao máximo dentro da empresa. De acordo com ele: “quando vem uma consultoria de fora, ela identifica as questões mais urgentes. Isso representa um ganho de velocidade na preparação do acordo de acionistas e processo sucessório”.
Por fim, pode-se resumir as boas práticas de um processo sucessório familiar na seguinte lista:
- o sucessor tem experiência fora da empresa;
- não se deve ter regalias por ser membro da família;
- o herdeiro deve ter interesse de assumir, não tem essa obrigatoriedade;
- a sucessão é de conhecimentos, não somente de cargo;
- define-se claramente o acordo societário;
- define-se a gestão profissional;
- deve ser apoio externo de consultores de gestão como os do INEPAD Consulting.
O acordo de acionistas é um documento imprescindível para realização de uma sucessão empresarial, entretanto, trata-se de um assunto extenso e complexo, sendo fundamental apoio profissional.
Entre em contato agora mesmo com um de nossos consultores para que possamos avaliar a melhor maneira de lhe ajudar!