A inadimplência é um desafio para as empresas. Além de desequilibrar o fluxo de caixa, a ocorrência pode prejudicar enormemente o capital de giro e o cumprimento dos compromissos assumidos. Porém, a gestão de risco de crédito pode inverter esse cenário.

Essa medida é fundamental para garantir um bom equilíbrio das finanças. Ainda mais no contexto atual, em que há 60,1 milhões de inadimplentes, conforme dados divulgados pela Fecomercio do Rio Grande do Sul. É dessa forma que sua empresa fica longe da estatística de 5,4 milhões de empreendimentos inadimplentes, segundo a Serasa Experian.

Neste artigo, apresentaremos o que significa gerenciar o risco de crédito, quais desafios são enfrentados e as dicas que podem ser seguidas para garantir uma gestão eficiente. Então, que tal saber mais? Vamos lá!

Entenda como funciona a gestão de risco de crédito

A possibilidade de inadimplência por parte de clientes gera o chamado risco de crédito, presente em quase todas as transações financeiras que pressuponham a confiança como um de seus pilares — e esse é o caso da venda a prazo.

Nesse contexto, gerenciar a situação é a maneira mais eficiente de reduzir os riscos inerentes ao negócio, bem como de assegurar que a sua empresa lide com os potenciais prejuízos derivados da ocorrência. Esse procedimento passa pela análise de crédito e por outras atitudes que serão verificadas posteriormente.

Em qualquer caso, o objetivo é voltar a estratégia para dois aspectos principais: redução e proteção do risco de crédito. O primeiro ponto garante tomadas de decisão mais seguras, que maximizem o aproveitamento das oportunidades de negócio. Por isso, é preciso:

  • apostar na capacitação para que a equipe detecte os riscos envolvidos na transação;
  • tomar decisões equilibradas;
  • desenvolver uma cultura de crédito sólida e alinhada às características do mercado e do empreendimento;
  • facilitar a comunicação para aumentar a transparência entre o setor e os clientes;
  • gerir apropriadamente os processos e o fluxo de informações da decisão de crédito.

A partir desses fatores, você consegue proteger seu negócio do segundo ponto: o risco de crédito. Contudo, mesmo com a aplicação de todas essas iniciativas, diversos imprevistos podem surgir. A ideia é diminuir, ao máximo, as incertezas para aproveitar as oportunidades e gerar valor. O resultado é o aumento da vantagem competitiva.

Veja quais são os desafios dessa prática

A gestão do risco de crédito é importante em qualquer cenário econômico, especialmente em períodos de crise. Dessa forma, a empresa consegue se resguardar de interferências externas e pode alcançar um patamar mais significativo de saúde financeira.

Ainda assim, muitos são os desafios encontrados. Entre eles estão os que listamos, a seguir. Acompanhe!

Dificuldade de acesso aos dados

As informações precisam estar completamente acessíveis durante 24 horas por dia. Atrasos e outros problemas impactam o fluxo contínuo dos dados, necessário para sua compreensão. Por isso, é imprescindível estruturar o trabalho ao máximo.

Falta de flexibilidade

As atualizações onerosas e lentas de ferramentas e modelos de risco geram sistemas desatualizados, que trazem riscos ao negócio. Por isso, as avaliações podem ser perigosas e insuficientes.

Ausência de integração nas informações

Os dados divididos em diferentes planilhas e relatórios tornam as atividades passíveis a erros e demora. É preciso que as informações estejam integradas e estruturadas para facilitar as tomadas de decisão.

Falta de automação

Os processos de gestão precisam estar ativos integralmente, porque o risco de crédito é uma atividade complexa. Sem automação, há impactos negativos na eficiência operacional, além de aumentarem os custos e a possibilidade de erros.

Para acabar com esse problema, o recomendado é investir em softwares de Business Intelligence (BI) e Business Process Management (BPM, ou gestão de processos do negócio). Dessa maneira, a quantidade de dados processados é maior e a administração do risco é confiável e segura.

Confira 5 dicas para fazer uma boa gestão de risco de crédito

A melhor maneira de gerenciar essa questão passa por algumas etapas. Confira, a seguir, as 5 principais!

1. Compreenda os riscos existentes

As ameaças são inerentes a toda transação comercial. Por isso, é fundamental compreender o risco de crédito que impacta seu negócio. Esse procedimento passa por uma análise atuarial em nível individual, de forma que assegure a avaliação de todas as informações disponíveis.

Sem isso, é impossível saber se as reservas de capital refletem os riscos ou se aquelas relacionadas a empréstimos são capazes de cobrir as perdas no curto prazo. Assim, o empreendimento está mais protegido.

2. Conheça os 5 Cs do crédito

A gestão desse risco está embasada em 5 pilares. Veja quais são:

  • caráter — vincula-se ao histórico financeiro do cliente e sua reputação no mercado. Está diretamente atrelado a uma avaliação das transações anteriores;
  • capacidade — é a competência que sua empresa tem de honrar os compromissos assumidos;
  • capital — consiste no patrimônio líquido do cliente;
  • colateral — são as garantias oferecidas na transação, como imóveis e ativos;
  • condições — é a situação financeira do cliente, assim como as perspectivas e o potencial de crescimento ou declínio.

Partindo desses 5 fatores, fica mais fácil tomar uma decisão segura, já que diferentes critérios são analisados e isso reduz as incertezas.

3. Utilize a tecnologia

A automação de processos em união à análise e monitoramento dos riscos garante um alinhamento mais adequado às necessidades e uma consequente redução do risco de crédito. Com softwares específicos, é possível avaliar informações de diferentes fontes, por exemplo: bancos de dados, histórico de transações financeiras, consultas cadastrais etc.

Esses dados garantem mais solidez em relação às condições do cliente, o que oferece uma concessão de crédito mais segura. Em outras palavras, você protege sua empresa de possível inadimplência, sem deixar de oferecer ao consumidor com bom histórico de pagamento uma facilidade para quitar os produtos e serviços adquiridos.

4. Adote uma solução quantitativa integrada

A ferramenta adotada deve ser capaz de implementar medidas rápidas e simples para que a gestão do risco de crédito evolua. Para isso, é preciso assegurar:

  • modelos de gerenciamento aprimorados que resumam o ciclo de vida da modelagem;
  • monitoramento de limites e pontuação de crédito em tempo real;
  • visualização de dados e recursos inteligentes que ofereçam acesso a informações importantes para as tomadas de decisão.

5. Conte com uma consultoria

O gerenciamento apropriado do risco de crédito traz como benefícios:

  • aumento das vendas pela classificação de clientes de baixo risco.
  • otimização do processo e redução de despesas para tornar o procedimento menos dependente de recursos humanos e com menor propensão a erros;
  • diminuição das perdas pela limitação dos clientes com risco elevado.

Essas vantagens são trabalhadas pela consultoria. Entre os benefícios obtidos para o seu negócio estão:

  • definição da política de crédito;
  • determinação de modelos estatísticas para prever a inadimplência de clientes;
  • automação e padronização do processo;
  • controle de usuários;
  • otimização do tempo;
  • redução de perdas com crédito e despesas;
  • suporte na tomada de decisão.

Assim ocorreu com a Braskem, que fez uma parceria com o INEPAD Consulting para melhorar sua política de crédito. Por meio do sistema Visionarium, foi possível controlar melhor os processos e analisar de maneira adequada a carteira de crédito.

Como você pôde ver, fica evidente que a gestão de risco de crédito é fundamental para a empresa. Ele assegura sua estabilidade e regularidade financeira, além de permitir o fechamento de bons negócios.

Gostou de entender esse assunto? Então, que tal aprofundar seus conhecimentos? Veja 6 dicas de como reduzir os riscos no processo de sucessão. Até a próxima!